A teoria que proponho pode ser chamada de: 'Teoria da Recursão Existencial'.
Ela sugere que a crise existencial que surge ao questionarmos :"quem criou Deus?" é um produto natural da estrutura recursiva da mente humana e da nossa busca por significados finitos...em um contexto que pode ser infinito,ou além da nossa compreensão.
Fundamentos da Teoria:
Recursão Mental
A mente humana opera de forma recursiva, ou seja, ela aplica o mesmo processo de pensamento repetidamente para resolver problemas ou entender conceitos. Quando perguntamos :"quem criou Deus?", estamos aplicando a mesma lógica que usamos para entender a criação de coisas finitas (como objetos, seres vivos, etc.) a um conceito que, por definição, pode ser infinito ou eterno.
Essa recursão leva a um loop infinito de perguntas, pois cada resposta gera uma nova pergunta, criando uma sensação de incompletude e desconforto.
Limitação Cognitiva
Nossa capacidade cognitiva é limitada pelo nosso contexto finito. Tentamos entender o infinito ou o eterno usando ferramentas mentais,que evoluíram para lidar com o finito. Isso gera uma dissonância cognitiva, pois estamos tentando encaixar algo que pode ser inerentemente incompreensível em estruturas mentais que não foram projetadas para isso.
A crise existencial surge quando percebemos que nossa mente não consegue "processar" a ideia de algo,que não tem uma origem ou causa, pois isso desafia nossa intuição básica sobre como o mundo funciona.
Busca por Significado
Humanos são naturalmente inclinados a buscar significado e propósito. Quando perguntamos: "quem criou Deus?", estamos tentando encontrar um ponto de partida absoluto para o significado. No entanto, se Deus (ou o conceito que estamos questionando) é entendido como a origem de tudo, a pergunta sobre sua criação não tem resposta dentro do nosso paradigma finito.
A falta de uma resposta satisfatória gera angústia, pois parece que o significado último da existência está sempre fora do nosso alcance.
Paradoxo da Causalidade
A pergunta "quem criou Deus?" pressupõe, que tudo deve ter uma causa. No entanto, se Deus é entendido como a causa primeira ou o ser necessário (como proposto em muitas filosofias e teologias), a pergunta se torna um paradoxo. Estamos aplicando a lógica da causalidade a algo que, por definição, está além dela.
Esse paradoxo gera uma crise porque desafia nossa compreensão básica de como o universo funciona.
Tese da Teoria:
A crise existencial que surge ao questionarmos "quem criou Deus?" é um reflexo da tensão entre nossa mente recursiva e finita e a possibilidade de um conceito infinito ou eterno. Quanto mais tentamos aplicar nossa lógica finita a algo que pode ser infinito, mais nos afundamos em um ciclo de perguntas sem respostas, gerando angústia e desconforto existencial. A solução, segundo essa teoria, não está em encontrar uma resposta definitiva, mas em reconhecer os limites da nossa compreensão e aceitar que algumas questões podem estar além da nossa capacidade de resolver.
Isso não invalida a busca por algum significado, mas sugere,que o conforto existencial pode vir da aceitação da complexidade e do mistério do universo.
By Santidarko
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