..No dia em que enfiei as minhas mãos em meus bolsos pela última vez,a fim de buscar indignações guardadas, descobri que as 'algemas' não serviam mais em dedos que já estão comprometidos com novos sonhos(bolsos,trincheiras de pano!)

No concretizar de uma vultuosa mudança está a recusa de um grande espetáculo,e um bom plano, que cabe em um dobrado papel que acomoda-se em um singelo bolso!

Mãos nos bolsos, ideais no horizonte: assim se constrói um futuro---sem uma performática atinação!

Não subestime quem caminha de cabeça baixa, e mãos no bolso — às vezes,um importante contexto está sendo escrito no tecido interno dessas'trincheiras',de calejados palmos!

A primeira faísca de uma indignação não foi um grito, mas o som abafado de um punho cerrado dentro do bolso.

Ideiais não precisam de bandeiras: começam com mãos que de debatem nos bolsos, e olhares que já saltaram muros.

Enquanto dizem que estamos parados, nossas mãos nos bolsos desenharam rotas de fuga, e a reimaginaçao de oratórias guardadas em papeis dobrados.

'A revolução'não pede licença: entra pela porta dos fundos, com as mãos no bolso e um sorriso que ninguém decifra.

Nos bolsos da história, sempre há um segredo guardado — o que parece desleixo é apenas a recusa de um desnecessário espetáculo .

Não são mãos preguiçosas: são mãos que decidiram não participar,do teatro da resistência performática.

By Santidarko 

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