O céu — uma tumba de mármore rachado,
Onde fulgores mortos se agoniciam.
A Névoa sobe (aroma de um cadáver exalado com flores) ;
...Engolindo relógios que o tempo furtam.
Na praça, uma estátua decapitada
Aponta o cotovelo para o abismo.
Seus lábios de granito, uma ferada;
Cuspindo silêncio e cinismo.
Tu vieste com passos de neblina fina,
Trazendo lírios — mas de cera fria.
Tua voz, uma fonte envenenada e divina...
...Era a armadilha da melancolia.
Minha alma? Um espelho quebrado no cais,
Refletindo mastros sem velas, sem rumo.
Cada fragmento um abismo: jamais
Se unirão sob esse luto importuno.
Os sinos tecem um sudário sonoro
Por algo que morreu antes de nascer.
O Vento, ladrão de folhas de ouro,
Rasga anúncios de um amor qualquer.
O que resta?
Sombras com fome de carne,
Fiapos de gritos nos vitrais quebrados.
O futuro? Um trem na noite a arder,
Carregando sonhos estraçalhados.
... E a Névoa bebe o rio, a dor, o mito,
Enquanto nos degraus da estação vazia,
A Esperança — relógio sem ponteiro, maldito .
Bate horas de pó e ironia.
...cruel,que ambos os mundos exigem.
O meu e o seu!
Sabor de pó de estrelas extintas na língua.
By Santidarko
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